Carisma

Carisma

Dom de Deus para um Serviço

A palavra Carisma vem do grego khárisma que quer dizer, atos, graças, favor, benefício. No latim é chamado também de charísma, no sentido de dom da natureza, graça divina.

E tem dois sentidos: o sentido Teológico e o sentido Laico. Este último se refere a influência e admiração por alguma pessoa, notadamente marcada pela tentativa de criar simpatia para agradar a maioria. Na área de Comunicação, o carismático é predominantemente voltado para a aprovação do público ou mesmo de apenas um interlocutor e utiliza palavras e gestos natos e ensaiados que a maioris supostamente deseja ouvir e ver, mesmo que não tenha caráter prático.

Mas aqui, nos deteremos mais no sentido teológico, como é usado no Cristianismo, Catolicismo e igrejas evangélicas reformadas para indicar um dos diversos dons espirituais ou graças especiais concedidos pelo Espírito Santo, àquele desejosos de servir a Deus. Segundo o Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, “são dons especiais do Espírito, concedidos a alguém para o bem dos homens, para as necessidades do mundo e, em particular, para a edificação da Igreja” (n. 160).

Deus é fonte e portador de todo o Carisma

Deus Trindade é a fonte e o portador de todo o Carisma. Mas ao longo da história da salvação Ele quis ceder fagulhas do seu Carisma para homens e mulheres e grupos que se colocam a serviço da salvação de todos. Assim, seu Carisma este nos Patriarcas e suas esposas. Em reis israelitas escolhidos por Ele. Em profetas. Até que Ele mesmo, na segunda pessoa da Trindade veio realizar pessoalmente a salvação do homem. Salvando o homem de suas escolhas erradas, trocando Deus por outras coisas. Jesus preparou nele mesmo o nosso coração, para colocar Deus em primeiro lugar.

A Igreja nova Portadora do Carisma

Com a conclusão da história da Salvação em Pentecostes, a Igreja fica como que a portadora de todo o Carisma de Deus. Assim ela gera através das águas criadoras do Batismo, novos filhos e filhas de Deus. Fortalece-os com o Crisma, que é o sacramento do Carisma por excelência. E alimenta-os com a Eucaristia para serem semelhantes ao Filho de Deus.

O Carisma de todo Batizado é continuar nele mesmo e através de Cristo presente nele, a salvação do mundo. Novos cordeira que tiram o pecado do mundo.

Mas ao longo da história da Igreja, de acordo com as necessidades dos lugares, das épocas e do mundo, Deus quis escolher, preparar e enviar pessoas dando para elas o Carisma para realizarem o que os demais filhos e filhas de Deus estivessem precisando.

Assim surgem os fundadores e suas Ordens religiosas, congregações, comunidades, movimentos da Igreja. Cada um tendo um Carisma de Deus que pudesse atender as necessidades que ali, onde se inserem, possam ser satisfeitas.

Todas as obras da Igreja têm um Carisma, ou seja, um Dom Divino que vem atender a uma necessidade humana.

O Carisma do Eremitério é o Batismo

O Carisma do Eremitério Diocesano Santa Maria dos Anjos é o Batismo Cristão. Levar a todos que se aproximarem, e para todos que possam ser visitados por alguma atividade do Eremitério, o entendimento do que é o Batismo cristão, sua importância como Sacramento essencial para a transformação da vida humana. O marco mais importante, a passagem mais importante.

Na vida passamos por três Páscoas, ou seja, mudança, passagem, transformação, o nascimento, o batismo e a morte. Mas o mais importante é a quê se vive Páscoa Batismal, pois é ela que dá sentido ao que para quê se nasceu? Para quê se vive? E garante um destino eterno feliz, após a última e definitiva Páscoa.

O santo Batismo, o primeiro sacramento, é o fundamento de toda a vida cristão, a porta da vida no Espírito (‘vitae spiritualis janua”) e a porta que abre o acesso aos demais sacramentos. Pelo Batismo somo libertados do pecado e regenerados como filhos e filhas de Deus, tornamo-nos membros de Cristo. Somos incorporados à Igreja e feitos participantes de sua missão.

O Batismo é sacramento da regeneração pela água na Palavra. Ele é denominado Batismo no rito central pela qual é realizado: batizar (“baptizem”, em grego significa “mergulhar”, “imergir”); o mergulho na água simboliza o sepultamento da criatura humana na morte de Cristo, da qual com Ele ressuscita como “filho (a) de Deus” (2 Cor 5,17; Gl 6,15). Tornar-se filhos e filhas, não deuses, nem escravos, mas filhos, co-herdeiros em Cristo da graça e eternidade de Deus.

É somente em Jesus Cristo que assumimos uma nova história, uma nova posição e atitude diante do mundo, somo agora redimido, não temos mais dívidas advindas de nosso pecado. O pecado não tem mais força sobre nós, em Cristo Jesus podemos vencer todas as ciladas do tentador e não mais nos deixarmos seduzir pelos frutos da árvore, mas estarmos constantemente ao lado da Trindade. Amados pelo Pai, redimidos pelo Filho e regenerados pelo Espírito Santo. No Filho de Deus agimos, movemo-nos e somos (At 17, 28 – 29). É somente nEle que somos salvos e, por nossa vez, tornamo-nos salvadores.

É o Batismo a fonte dessa vida nova em Cristo, fonte esta da qual brota toda a vida cristã. O selo batismal capacita e compromete os cristãos a servirem a Deus em uma participação viva na sagrada liturgia da Igreja e a exercerem seu sacerdócio batismal pelo testemunho de uma vida santa e de uma caridade eficaz. Feito membro da Igreja, o batizado não pertence mais a si mesmo, mas àquele que morreu e ressuscitou por nós. Logo, é chamado a submeter-se aos outros, a servi-los na comunhão da Igreja, a ser “obediente e dócil” aos chefes da Igreja e a considerá-los com respeito e afeição.

Assim como o Batismo é a fonte de responsabilidade e de deveres, o batizado também goza de direitos dentro da Igreja: de receber os sacramentos, de ser alimentado com a Palavra de Deus e de ser sustentado pelos outros auxílios espirituais da Igreja. Assim como um filho deve ser cuidade pela sua mãe.

"Fazei isto em memória de Mim!"

O Batismo é o sacramento que nos configura a Jesus Cristo. É um convite a agirmos e, ao mesmo tempo pelo Espírito, dá-nos a força e a capacidade, se quisermos, de “termos os mesmos sentimentos de Cristo” (Fl 2,5).

Jesus Cristo deve ser o centro de nossa vida, porque Ele foi e é o Filho de Deus perfeito que teve a capacidade perfeita de ter sua vida inteira voltada ao Pai, fonte e origem de tudo. Aqui está o Mistério da vida! O segredo da vida! A busca incansável para estarmos voltados plenamente ao Pai.

E Jesus Cristo é o caminho que vem do Pai e revela o seu tosto: “quem me vê, Felipe, vê o Pai!” (Jo 14, 6 – 14). Em Nosso Senhor Jesus Cristo, em sua vida, palavras e ações, a pessoa cristã tem o caminho pleno para chegar ao Pai.

Os primeiros cristãos denominavam-se seguidores do “Caminho”. “Caminho” era a palavra muito usada para designar o movimento suscitado pelas andanças de Nosso Senhor. Não era uma simples caminhada, percorrendo vias e ruelas, subindo e descendo pelas terras da Galiléia e da Judéia. Mas, era uma grande travessia: Jesus veio nos tirar do lugar situacional de opressão e de “não vida”, longe de Deus Pai, ocasião surgida com nosso pecado, para um estado de vida plena e abundante (Jo 10,10), na Casa do Pai.

Tira-nos da situação de escravos para a situação de homens e mulheres livres pela graça. Da opressão de uma lei que limita e não considera o ser humano para tornamo-nos regidos pela Lei mais eficaz e que torna todas as realidades humanas felizes, a Lei do Amor. Veio conduzir de volta ao Pai, o “não povo” do deserto, tornando-se definitivamente Povo de Deus, formados por filhos e filhas de Deus em Cristo Jesus.

O filho e a filha de Deus, ou seja, o Batizado em Cristo Jesus, com humildade e coragem, modela sua vida em concordância com a vida de Nosso Senhor Jesus Cristo. E a vida de Jesus era ver o que o Pai fazia e fazer plenamente a sua vontade (Jo 5,19). Fazer a vontade do Pai é deixar-se conformar com a imagem do Pai, sendo como o Filho, pela ação do Espírito Santo. Fazer a vontade do Pai é o caminha de vida, escolhido por Jesus. Esse é o caminho para quem deseja segui-lo. É o caminho que gera a alegria de pertencer e de construir o Reino.

"Ame, assim como Eu te amo!"

O modo de vida dos filhos e filhas de Deus do Eremitério Santa Maria dos Anjos, deve ser o de buscar ao máximo em suas vidas assemelharem-se ao Filho de Deus em toda a sua maneira de ser. E não serão consagrados à Obra ou à comunidade do eremitério, visto que já são consagrados a Deus e à Igreja pelo Santo Batismo. Batismo que nos fez pela graça, Cristãos, ou seja, novos “cristos” no mundo. Nosso Senhor Jesus revela a sua identidade de Filho e como dever ser quem deseja segui-lo como discípulo. E ser discípulo de Nosso Senhor é exercitar-se no itinerário a seguir em nossa Regra de Vida: “Amai-vos uns aos outros, assim como Eu vos amei!”

“Fazei tudo o que Ele vos disser!”